quinta-feira, junho 30, 2005

Cap.XVI - Hannah

Podem ler o Cap.I em As Sombras e o Cap.XV em WavingWords.


Ao ver Hannah, Júlia correu para ela e logo lhe caiu nos braços.
_Há séculos que não a via, Hannah...seja benvinda!
Pedro não conseguiu entender como aquelas duas mulheres poderiam ter uma relação tão próxima, mas nem se atreveu a comentar nem a fazer perguntas...tudo aquilo o confundia cada vez mais, e Júlia não era, de todo, a mulher mais fácil de compreender. Logo por ele, que toda a vida tinha sido um desastre a entender as mulheres! E logo havia de lhe aparecer uma mulher complicada como Júlia! Era muito azar junto! Por isso, resolveu agir com a maior naturalidade que a situação lhe permitiu. Sorriu e esperou que o tio fizesse as apresentações.
Após uma rápida apresentação e os cumprimentos habituais, o Professor encaminhou-os para o alpendre, para que todos pudessem sentar-se confortavelmente nas poltronas de verga e disfrutar do fresco do entardecer e daquele mágico pôr do sol nas montanhas enquanto conversavam.
Hannah, para grande espanto de Pedro, falava fluentemente Português. Só a muito custo conseguiu perceber que a amiga do tio era casada com um português, a quem a Espiral havia dado sumisso há mais de 20 anos, sem que nunca ninguém o tivesse conseguido encontrar.
_Disse que nos trazia novidades, Hannah?... - perguntou Carvalho já a demonstrar alguma impaciência.
_Tenha calma, Intendente...cada coisa a seu tempo! - respondeu Hannah com uma calma pouco natural para aquela situação.
Mas Hannah estava, de facto, muito calma. O que contrastava cada vez mais com as pernas de Pedro, que tremiam como varas verdes.
Foi então que Hannah pôs um tom mais sério. O sorriso calmo apagou-se-lhe do rosto rosado. Os seus grandes olhos azuis carregaram-se, olhou os seus companheiros um por um como se os trespassasse e lhes lesse a alma. E foi então que começou:
_Lembram-se do afilhado do meu marido? O Aniceto? Pois bem...o miúdo cresceu...agora é polícia. Há dias contou-me, quase em jeito de brincadeira, que achava que o inspector Tinoco andava a pular a cerca. Na altura não liguei. Achei que era brincadeira de rapazola. Mas depois de falar consigo, Professor...bem, a verdade é que fiquei inquieta. Encontrei-me com o Aniceto e pedi-lhe pormenores daquilo que tinha comentado comigo. E ele contou-me que o tinha ouvido ao telefone com uma mulher...e que não era a dele! Perguntei-lhe do que falavam...ele só se recordava de uma conversa algo estranha mas melosa e que, como não tinha interesse, nem tinha prestado muita atenção. Então perguntei-lhe se ele conseguia descobrir o número dessa "suposta" mulher...e ele descobriu. E sabem em nome de quem está esse número registado?
O mais completo silêncio invadiu o alpendre. Apenas o chilrear dos pássaros e o vento nas árvores se fazia ouvir na imensidão aconchegante do entardecer. O pôr do sol raiava o céu de vermelho e laranja e fazia brilhar os olhos de água de Hannah. Fez uma pausa e quebrou o silêncio.
_Margarida Henriqueta Pires. Este nome diz-lhes alguma coisa?
_Sim, claro - apressou-se Pedro a responder - é a minha vizinha do talho.
_O nome do bilhete de avião... - acrescentou o Professor para que não houvessem dúvidas.
_Mas... - Júlia estava incrédula - ...deixe-me ver se estou a entender onde quer chegar...acha que o Inspector e a Margarida do talho, para além de se terem embrulhado à revelia dos cônjuges, terão alguma coisa a haver com a Espiral e que não estão a ser vítimas como nós pensávamos?...


Continuem a seguir o desenrolar da história com o Cap.XVII em Comufo.

sexta-feira, junho 24, 2005

Já merecia um fim-de-semana!!!

Depois de longos meses de árduo trabalho (vá lá, não se riam...é verdade mesmo!!!), eis que chega o merecido descanso......ou não...
Bem, vemo-nos segunda-feira! :)

sexta-feira, junho 17, 2005

quinta-feira, junho 16, 2005

Escolhida já está!...



...agora, é só aguardar pelo EuroMilhões!!! (ihihi!)

(foto roubada aqui)

segunda-feira, junho 13, 2005

Com cheirinho a manjerico



Santo António de Lisboa
Era um grande pregador
Mas é por ser Santo António
Que as moças lhe têm amor.

(Fernando Pessoa)


E vocês?, já ofereceram um manjerico às vossas caras-metade?

(foto roubada aqui)

O perfume da moda



É óptimo vir para casa com este cheirinho entranhado na roupa e no cabelo! :)

(foto roubada aqui)

Saciando a curiosidade...

...de muito boa gente que por aí anda e, nomeadamente, a destes grandes queridos, cá vai:


1. Total number of books I've owned:
Muitos...várias centenas...
Tenho livros em tudo quanto é lado. É mau, mas confesso que tenho livros encaixotados no sótão, por não ter mais onde metê-los. (Encaixotados, mas com muito respeito, fiquem descansados...gosto de respeitar os livros.)


2. Last book I bought:
Vá lá, não gozem...foi o Précis d'Acuponcture Chinoise.


3. Last book I read:
Uma pérola...o Leituras de Casa de Banho, do Bidé, há uns 15 dias. (É verdade, ando mesmo sem tempo para leituras de grande envergadura! lol)


4. Five Books That Mean a Lot to You:
É difícil apontar só cinco...
Gosto...
...da simplicidade do Principezinho, de Saint-Exupérie;
...do tumulto interior em que me deixa Quase Gosto da Vida que Tenho, de Pedro Paixão;
...da lucidez de De Profundis, valsa lenta, de José Cardoso Pires;
...da frescura deliciosa e angustiante de Como Água Para Chocolate, de Laura Esquivel;
...e do mundo para onde me transporta O Velho e o Mar, de Hemingway.


5. Now tag five people:
Como não têm mais nada que fazer (ehehe!), as nossas figurinhas Jessy e Mafy, o grande Penduricalho, a nossa autoridade e o burrico mais lindo da blogosfera.

quinta-feira, junho 09, 2005

Cap.VIII - A Chave

Podem ler o Cap.I em As Sombras e o Cap.VII em Cartas de Amor e Ódio.


Mesmo sem saber para onde tinha ido, como tinha e porque tinha desaparecido aquela mulher que o trazia enfeitiçado, conseguiu, todavia, ter o discernimento suficiente para perceber que de nada valia procurá-la...ela era uma mulher estranha, misteriosa, que o deixava tonto só de a imaginar...que aparecia e desaparecia a seu bel prazer, como se de uma feiticeira se tratasse...sentia-se perturbado, nada do que poderia pensar ou fazer naquele momento iria ter nexo.
O seu impulso foi, então, pegar na Caixa...queria abri-la, saciar a sua curiosidade e tentar perceber o que, afinal, se estava a passar ali. Ele não podia estar louco...aquela mulher curvilínea era real demais...e a Caixa estava ali, bem diante dos seus olhos...intacta...intocável...imaculada...
Sentou-se na cama ainda quente, afagou a colcha ao de leve, como que adivinhando os contornos de Júlia na cama vazia, pegou na Caixa e pousou-a no colo.
Ainda pensou se estaria a agir da forma correcta...se seria justo e, até, seguro aquilo que estava prestes a fazer. Júlia havia confiado em si...sentia-se um traidor. No entanto, depressa as suas questões existenciais perderam toda e qualquer razão de ser. Algo de muito mais estranho do que a simples Caixa se encontrava diante dos seus olhos: em vez de uma fechadura banal, aquilo que via era, em tudo, mais semelhante aos contornos do símbolo estampado no cartão que o homem vestido de preto lhe entregara.
O medo assolou-o. Mas a sua imaginação disparou... O que seria "aquilo"? Que espécie de "chave" poderia abrir algo assim?...
Vieram-lhe então à memória os seus tempos de menino, ainda em Tondela...se sempre brincara com Legos, não lhe haveria de ser difícil arranjar uma forma de abrir a Caixa.
Deitou-se para trás, fechou os olhos para tentar arranjar uma solução e o cansaço acabou por vencê-lo...adormeceu.
Já de madrugada acorda assustado, com o Faísca pulando em cima da sua cama, de trela na boca, abanando o rabo, latindo, pedindo para ir à rua. Estremunhado e amarrotado, levantou-se, calçou os chinelos e resmungou para o seu amigo de quatro patas: "_Agora, vê se te orientas aqui pelos canteiros do quarteirão...não me vais fazer andar por aí a esta hora...ouviste bem?"
Ao sair de casa, numa visga dos paralelos da rua, reparou num rolinho de papel...mas o Faísca já ia por ali fora, todo satisfeito, nem permitindo que Pedro desse muita importância ao "achado", o que não deixou de fazer com que o mesmo o intrigasse...
De regresso, já com o Faísca em sossego, reparou no mesmo rolinho. Parecia ter sido enrolado de propósito, com cuidado, com preceito, mas alguém o havia deixado cair...era óbvio. Baixou-se, desentalou o rolinho da visga dos paralelos e achou que devia ver do que se tratava para, eventualmente, poder devolver ao respectivo dono.
Mas Pedro não parava de ser surpreendido...e o destino pregava-lhe partida atrás de partida. Ao desenrolar o rolinho, deparam-se-lhe dois bilhetes de avião.
Destino: Nova Zelândia.
Titulares: Hilário Joaquim Tinoco e Margarida Henriqueta Pires, nomes que lhe pareceram demasiado familiares...por outras palavras, o inspector Tinoco e a Margarida do talho.
E...um carimbo com o símbolo que mais o assustava nas últimas horas: o da Espiral.
E, agora, continuem a seguir a história com o Cap.IX em Comufo.

terça-feira, junho 07, 2005

Já começou...

...a melhor e mais intrigante Círculo-Narrativa da blogosfera!
Ao vosso dispôr, já têm os capítulos I, II, III e IV.

domingo, junho 05, 2005

Das 9 às 5...



...até aos 65!

Toca a mexer!

Não vou falar do preço absurdo dos combustíveis nem dos sucessivos aumentos dos passes sociais.
Prometo!!!
No entanto...
...é sabido que o povo português está a ficar cada vez mais sedentário e que a taxa de obesidade aumenta a olhos vistos.
Creio, então, que seja por isso que comecem a aparecer cada vez mais incentivos ao desporto. E não me admiro que cada vez mais portugueses optem por andar a pé.
Tudo a bem da saúde, claro!!!

Como se ninguém soubesse...

...ainda põem estas coisas nos jornais!!!

E, já agora...

...destinar-se-á à construção de empreendimentos turísticos de luxo ou à real preservação da natureza?

Postas de pescada

Ministro do Ambiente tenta tranquilizar pescadores de Sesimbra.

Neste cantinho à beira-mar plantado, de "janela virada pró mar", com povo marinheiro e muito Biff à procura de sol e praia, alguma vez se salvaguardaram as necessidades dos pescadores?

sábado, junho 04, 2005